Bar de esquina, Brisa Marina.

Um canto de esquina ecoa por outras,

me inclino em cada quina de um sorriso

do qual tão pouco sei e tanto gosto.

Sua quietude é atitude que diz tanto

em meio a tantos que nada dizem,

já me é conforto no qual me apoio, me encosto.

Se te levasse em quadro, fosse Monet

de pingo a pingo, degradê

pra degradar em quarto escuro cada pingo de você.

Meu sonho tem a cor de um girassol

da cor de seus cabelos

pena hoje minha noite ter cor de choro

e a sua, rosê.

Vanellus chilensis.

 Se eu sei o que eu quero mas não quero querer, eu quero?
 Se eu quero e quero querer mas não posso, adianta saber o que quero?
 Se querer é poder, como eu posso querer, poder e mesmo assim não querer poder?
 Se eu posso querer tanta coisa porque tenho que querer uma só?
 Se quem quer tudo nada tem, quem tem tudo nunca quis ter tanta coisa assim?
 Se eu não sei o que quero no almoço,
porque saber o que quero na vida?

Querer é pra quem quer querer, não pra quem acha que quer! Querer é pra quem quer tanto, que só quer.

A Garoa.

Garoa,Garoa, meu pensamento em ti ecoa
E por mais que seja ele à toa
Transforma cada revolta numa volta boa

Teu toque me relaxa, teu som me calma a mente
Embaça-me os para-brisas para mostrar que visão clara alguma é necessária se o caminho que trilho é consciente

Lembra-me para que nunca me confunda, como fazia há anos atrás,
Que nada te pareces com a chuva que amedronta e inunda
E que por apesar de menor és muito mais tocante e profunda
Abraça-me para que temor de ti não tenha de novo jamais

Amiga que tira-me a fadiga, mas como mendiga ainda implora um ombro onde possas cair em seu triste fim
Garanto que o que imploras tanto lhe será dado com garantia
Um ouvinte adepto serei de sua silenciosa sinfonia
Só peço, que eterna como és, eternamente caia sobre mim.